quinta-feira, 5 de maio de 2016

Teatro para todos!

Há um cheiro podre no ar em meio aos últimos acontecimentos... 

Além do oportuno "afastamento" do Cunha depois de ele ter cumprido seu papel no processo de pedido de impeachment, muitas outras coisas "estranhas" acontecem. 

É impressão minha ou, de repente, a mídia mudou sua orientação política?

Não falo de televisão, porque não vejo, mas os jornais e a mídia eletrônica passaram a dar notícias que antes ocultavam. Até a Globo eu soube que recebeu há algumas semanas o ator José de Abreu em um programa dominical, que eu me recuso a dizer o nome, denunciando o golpe! Ué, como assim? Só depois da votação na Câmara? Por que não o chamaram antes? Faz tempo que José de Abreu atua na campanha antigolpista. Ou seja, agora a grande mídia resolveu ser imparcial? Para enganar quem?

Tudo é suspeito. Nada é convincente. Tudo cheira a farsa. A sensação é a de que o enredo dessa peça de teatro já foi escrito há muito tempo, e os atores só estão cumprindo o seu papel. E o público assistindo a esse espetáculo de quinta categoria, ainda que parte dele resistindo à canastrice das atuações e xingando os autores. 


Será que só eu sou tão desconfia
da e cética? Oxalá ainda tenhamos chance de mudar o rumo dessa trama, como acontece nos folhetins..

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Miopia

O que me deixa mais triste nessa história toda é que, de modo geral, parece que as pessoas não aprenderam nada com os exemplos do passado. 
Não avançamos politicamente, intelectualmente. 
A sociedade não construiu um pensamento crítico e uma postura ética. 
Pessoas (e não são poucas) continuam batendo palmas para defensores da tortura, aplaudindo canalhas, alimentando o machismo, o ódio às mulheres (a misoginia) e discursos de intolerância movidos pela ignorância. Não percebem que esses são os inimigos.
O Brasil não acordou, só despertou o pior de si.
O Brasil está míope, precisa de óculos.
Em um país que se levasse a sério, Bolsonaro estaria preso por suas declarações.

Os patos e os fatos da história

Será que alguém, neste meu Brasil varonil, ainda tem dúvidas de que o que se passou ontem na Câmara, o grande circo podre e fedorento armado pelos ratos de porão, foi uma inominável treta? 
Desculpem a sinceridade, mas aqueles que apoiaram a manobra dessa quadrilha chefiada pelo Cunha cedo ou tarde vão sentir os efeitos e o arrependimento de terem sido os Grandes Patos nessa história malcheirosa e macabra.

http://www.cartacapital.com.br/blogs/parlatorio/prefeito-elogiado-em-voto-pelo-impeachment-e-preso


17 de abril



sessao-impeachment
Dezessete de abril de dois mil e dezesseis. O dia em que o Brasil mostrou a sua cara.

Filme de terror

O dia amanheceu sombrio, apesar do sol que brilha lá fora.
Hoje não dá pra ouvir bossa nova. A alma tá triste; o coração, partido.
Nuvens ameaçadoras cobrem o céu azul.
A alegria, doce criança, foi raptada pelo abominável senhor das trevas, comandante do exército dos ratos.
Tristeza que não tem fim.
Cadê os alquimistas para nos livrar dessa gente sórdida?
Salve, Jorge. Saravá, Vinicius de Moraes.
Deus e o diabo na terra do sol. Mas eu só vi a cara do diabo, e ela é feia. Cadê Deus?
As bestas do apocalipse estão soltas.
Os lobos uivam de gozo em plena luz do dia.
Nosferatu, vampiro da noite, sem mais temer a claridade do dia, arreganha os dentes pra fazer mais uma vítima.
Filme de terror.
Ressuscita-me, por favor.

© Siomara Spinola


domingo, 20 de março de 2016

MANIFESTO TRANSMUTOFÁGICO


O Brasil que eu quero é um país onde predomine a liberdade de pensamento, 
aliada ao respeito ; 
um país onde não haja espaço para o ódio, o fascismo, a segregação 
de qualquer tipo ou facção; 
um país onde todos tenham direito à dignidade, 
onde haja verdadeira igualdade (apesar das diferenças); 
um país livre de preconceitos, livre do machismo, 
da misoginia, da homofobia, 
da violência, da intolerância, 
da ignorância; 
um país onde a cultura, a arte e a leitura prevaleçam sobre o consumo, 
onde a aquisição de conhecimento tenha mais valor do que a aquisição de mercadoria; 
um país onde conhecer Hegel, Nietzsche e Espinosa, 
ler Clarice, Machado e Guimarães Rosa 
dê mais status do que ter carro novo na garagem e viajar para Miami; 
um país onde o imperecível deleite de ouvir boa música 
supere o prazer efêmero de fazer compras no shopping
um país com mais Tomzés e menos Micheis Telós, 
com mais maracatu e menos brucutu, 
com mais amor e bossa nova, 
menos maldade e brutalidade, 
com mais antropofagia e menos acefalia; 
um país onde a reflexão ocupe o lugar das falas prontas, 
onde ideias vivas substituam ideias mortas; 
um país onde a grande mídia não manipule informação 
e não controle a mente da população; 
um país onde haja mais auto-estima, fraternidade e união.
Esse é o país que eu quero, 
verde-amarelo, 
mas também azul e branco, vermelho, rosa, preto, laranja, marrrom, cinza, lilás, furta-cor.
Talvez eu seja uma sonhadora, mas também tenho meus pés no chão, 
e sei que a liberdade de expressão 
não tem preço, não tem, não.

© Siomara Spinola


sexta-feira, 11 de março de 2016

Quem avisa amigo é

Não é por nada, não... mas é a verdade que não quer calar.
Bom, pra começar, vamos com calma... Eu não sou nem pretendo ser a dona da verdade e não confio nem um pouco em gente que pensa que é. Ninguém pode se julgar dono da verdade sem incorrer em grave delito de arrogância e presunção. Acontece que quem avisa amigo é, já diziam os antigos. Então, sem nenhuma intenção de defender a "verdade absoluta" (porque ela nem existe), de ofender ou comprar briga, por favor, mas só pradar um toque amigo pra quem, talvez, quem sabe, de repente, esteja cogitando participar das tais "manifestações", pense bem, pense muito bem, pois pode estar cometendo um ato do qual poderá se arrepender amargamente no futuro, pode estar contribuindo para dar munição a golpistas e cobertura a corruptos. Tem muita gente safada querendo se safar jogando a batata quente na mão dos outros, metaforicamente falando. Com todo o respeito a quem pensa o contrário, mas esses atos de manifesto são visivelmente orquestrados por gente mal intencionada, que não quer combater a corrupção, mas, sim, salvar a própria pele. Até mesmo um conhecido jornalista, que prefiro não nomear, de "tendências direitistas", vamos dizer assim, pra ser politicamente correta, admitiu que os políticos precisam derrubar Dilma antes que sejam atingidos pelo mar de lama da operação Lava-Jato e outras mais. Estão desesperados. A febril "temporada de caça" que se vê diariamente na TV mostra o grau de desespero dessa gente. Pois é, não dá pra desconfiar de tanta gana em querer "combater a corrupção"? Hahaha... faz-me rir. Corrupto denunciando corrupção é como o roto rindo do esfarrapado. Por isso é preciso tomar cuidado pra não cair na armadilha ardilosamente preparada. Eu pulo fora. Quem avisa amigo é...

Sexta-feira chuvosa

Reativando o blog, depois de tanto tempo...

Desculpem não dizer um bom dia nesta bela sexta-feira chuvosa e fresquinha. Eu realmente gostaria de me abster de comentários e fazer de conta que nada está acontecendo, mas tem horas que não dá... Independentemente de filiação partidária (aliás, no momento, deixo claro que não tenho nenhuma), essa "caça ao Lula" está simplesmente ridícula, mas, ao mesmo tempo, assustadora. Eu não vejo TV, mas, às vezes, quando estou na academia, eu me deparo com o JN (socorro!) e, com o rabo dos olhos, vejo cenas de um filme de terror. É perseguição na cara dura. Ontem mesmo eu li de relance uma frase inacreditável, que eu nem lembro mais qual foi; minha memória seletiva deletou. A questão não é de justiça, mas de caçada implacável, de sede de vingança, seja lá qual for o bode expiatório. Antes o alvo principal era a Dilma, agora o ódio se voltou contra o Lula. Sempre é preciso ter um "culpado" pra malhar. Se estivéssemos dois mil anos atrás, com certeza iriam querer pregar o Lula na cruz. E a população, ensandecida por essa lavagem cerebral, principalmente, da Globo e da Veja, quer ver sangue. Ao meu redor, ouço pessoas dizendo coisas que me deixam estupefata, tamanha a falta de reflexão, de bom senso, de pensamento próprio. Não passam de discursos prontos, copiados e vomitados. Um bando de papagaio de pirata repetindo o que ouve no "noticiário", se achando super bem informado. Ohhhh! Perdoai, senhor, eles não sabem o que fazem... nem o que dizem. Inocentes úteis. Ai, que tristeza, que vergonha alheia...