Nas palavras de um grande amigo e filósofo, Chico Fuchs, “Quem faz a pergunta ‘quem sou eu?’ em busca de um significado qualquer já está derrotado de antemão. Não existe resposta a essa pergunta senão no terreno da ficção…”
Sim, quem sou eu senão uma multiplicidade de eus, de seres errantes, de vontades e desejos? Por que ser uma só, por que ter de ser ou não ser, se ambos, o ser e o não-ser, coexistem, coabitam em mim? Que bobagem querer tanta coerência, tanto compromisso com uma única e definitiva verdade! Que engano, que insensatez pueril querer o inexistente, o coerente, teimar em conter, limitar, controlar aquilo que é múltiplo, transbordante.