A vida sempre grita!
Os seres, ainda que confinados, encontram frestas por onde escapar... Nem todas as existências aprisionadas aceitam passivamente sua condição. Elas se movem numa superfície lodosa e malcheirosa, sim, mas se movem, mesmo imperceptivelmente.
Por mais que se tente, por todos os meios, confinar definitivamente a vida, encurralá-la, enclausurá-la, sempre ela escapa, sempre irá escapar, de uma forma ou de outra, bem debaixo das vistas míopes dos representantes do poder.
A existência que respira, ainda que com certa dificuldade, o ar fresco e rarefeito da liberdade, que sente dentro de si o seu sopro revigorante e selvagem, essa existência, mesmo limitada pela "arquitetura do cativeiro", encontra a força necessária para modificar o ambiente e a si própria. Nada e ninguém a pode conter.
Uma tal existência nunca estará totalmente capturada. Ela resiste e insiste na vida imanente. Ela se afirma no grito!